Conselheiro Lafaiete Celebra 234 Anos de Emancipação Política
Nesta quinta-feira, 19 de setembro, a cidade de Conselheiro Lafaiete comemora 234 anos de sua emancipação política. Situado a aproximadamente 100 km de Belo Horizonte, o município é o maior da região do Alto Paraopeba e se destaca como um polo econômico na região, apresentando um comércio diversificado e uma ampla prestação de serviços.
A história de Conselheiro Lafaiete remonta a cerca de 1683, quando a bandeira de Garcia Rodrigues documentou a presença de garimpeiros e indígenas no local, então conhecido como Campo Alegre dos Carijós. Antes disso, a região já havia sido visitada por exploradores como D. Rodrigo, entre 1680 e 1681, e pelas bandeiras de Pais Leme e Lourenço Castanho em 1674 e 1675, respectivamente. Esses desbravadores abriram caminhos na vastidão do sertão em busca de ouro e estabeleceram pequenas roças e arraiais.
Pesquisadores tentam traçar os primeiros passos da civilização em Carijós, mas é amplamente aceito que remanescentes da bandeira de Borba Gato se fixaram na serra de Ouro Branco após a morte de D. Rodrigo. Os indígenas carijós, conhecidos por sua natureza pacífica e pertencentes ao grupo tupi-guarani, haviam migrado do litoral fluminense, buscando escapar de conflitos com outras tribos e da caça de escravos.
A vida na região se desenvolveu pacificamente até que, na última década do século 17, a corrida por riquezas nas minas começou a transformar o arraial de Carijós em um ponto de passagem e comércio, essencial para viajantes a caminho de Itaverava, Guarapiranga, Mariana e Catas Altas. A oficialização do arraial ocorreu em 1694, com a grande bandeira paulista de Manuel Camargo e outros.
Foi por volta dessa época que uma capela dedicada à Imaculada Conceição começou a ser construída, possivelmente onde hoje se encontra a Praça Nossa Senhora do Carmo. O templo, referenciado em uma Carta de Sesmaria de 1711, era um dos limites citados e atraía um público significativo, levando à criação da paróquia de Nossa Senhora da Conceição em 1709.
Com o aumento da população, a Irmandade do Santíssimo Sacramento iniciou a construção de uma nova Matriz em 1732, que permanece até hoje. A construção de igrejas continuou ao longo do século 18, mas a diminuição da atividade mineradora e a sobrecarga fiscal geraram descontentamento, culminando em forte participação no movimento da Inconfidência, representado por filhos da terra como os padres José Rodrigues da Costa e Fajardo.
A criação da Real Vila de Queluz em 1790, promovida pela Rainha D. Maria I, refletiu as aspirações de autonomia dos moradores, que pediram a construção de um pelourinho, símbolo das liberdades municipais. Com o tempo, a data de 19 de setembro tornou-se emblemática, marcando a elevação do arraial à categoria de vila.
Ao longo do século 19, Conselheiro Lafaiete se envolveu em movimentos políticos significativos, incluindo a Revolução Liberal de 1842.
A data não é mais um feriado municipal desde 1995, quando a Lei Federal 9093 limitou a quantidade de feriados locais. Contudo, a data representa o nascimento político da cidade, embora o povoado já existisse desde 1691. A transição de arraial para vila, oficialmente em 1790, representa um marco significativo na história local, tendo sido determinada após um estudo do historiador Antônio Perdigão e de Dona Avelina Noronha.
O dia 19 de setembro poderia ser mais celebrado, não necessariamente com festividades grandiosas, mas com uma valorização genuína da cidade. É um convite para que cada habitante reconheça as raízes que moldaram Conselheiro Lafaiete, celebrando sua história e contribuindo para um futuro próspero. Que essa data inspire não apenas lembranças, mas ações concretas em prol do desenvolvimento e da união da comunidade, transformando o aniversário da cidade em um verdadeiro tributo ao seu legado. Afinal, ao valorizarmos nosso passado, pavimentamos o caminho para um futuro brilhante e vibrante, onde o orgulho de ser lafaietense resplandece em cada canto desta terra.
FONTE: ourobranconews.com.br
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